Baixando a poeira do episódio deste domingo na Linha São Luis, vejo que há muitas afirmações injustas, exageradas e generalizadas. O texto é longo, mas quero que leiam até o final e entendem minha ideia. Escrevo isso não para defender e sim para alertar sobre o desgaste que a maior competição de Santa Helena está tendo.
O primeiro ponto que destaco é a falta de identificação. Há uma peregrinação de atletas a cada edição do amador. Há as exceções, é claro, mas o fato que muitos não criam uma identidade com o clube e com sua comunidade e jogam em outras equipes simplesmente por jogar, não se importando em defender seu distrito, seu clube.
Essa falta de identificação é muito, mas muito prejudicial, pois trás o sentimento de insignificância. Trás a sensação do tanto faz. Perder e ganhar, contraditórios, acabam tendo o mesmo sentido. É preciso resgatar esse enraizamento. É preciso ter essa gana de brigar pelo seu clube, de lutar pelas cores e pelo nome de cada comunidade.
Incas e União, dois dos melhores clubes do município e com uma estrutura invejável. O que aconteceu com essa dupla? Tentem lembrar quanto tempo faz que um desses clubes chegaram, pelo menos, na semifinal do amador na categoria livre? Não me recordo do tricolor, mas o clube do lago chegou a semifinal em 2010. E olha que não estamos nem falando em título. Isso se deve muito pela falta de identificação.
Uma segunda questão que analiso como fundamental é a falta de aproveitamento de jovens nas equipes da categoria livre. E aqui defendo a redução da margem de idade das categoria. O sub-21 deveria se tornar sub-18. Jovens maiores de 18 anos têm plenas condições de atuar na categoria livre. Isso ampliaria o leque de opções nos aspirantes, titulares, veteranos e também o número de equipes no amador.
A redução da margem de idade possibilitaria que atletas mais jovens atuassem no sub-21, consequentemente aumentaria as opções para o livre com o ingresso de atletas entre 18 e 21 anos e também aumentaria as opções para o veterano, com a diminuição da margem de idade.
Isso é possível? A resposta é sim, mas com um porém. É necessário tirar a ilusão e pensamento psicótico do título. É lógico que todos entram em uma competição com o pensamento em ser campeão, mas é preciso fortalecer a ideia de integração. Pensamento surreal não é?
(Texto escrito pelo editor do SHEsportes, Marcos Langaro)